domingo, 21 de setembro de 2014

SOBRE O SEMINÁRIO POTENCIALIZANDO A PAUTA DA PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL E COMBATE AO RACISMO NO AMAZONAS.


Nos dias 11 e 12 de setembro de 2014 foi realizado o seminário “Potencializando a Pauta da Promoção da Igualdade Racial e Combate ao Racismo no Amazonas: Politicas Públicas, Espaços de Poder e Movimentos Sociais em Diálogo". O seminário aconteceu em Manaus no auditório da Escola Superior de Tecnologia da UEA, Campus Manaus, na Avenida Darcy Vargas, nº 12000, Parque 10 - Antiga UTAM, promovido pelo Instituto Ganga Zumba com objetivo de promover o diálogo entre as diversas instâncias que trabalham e militam na pauta da Igualdade Racial e Combate ao Racismo, para dar um passo firme e decisivo no avanço e institucionalização dessas políticas no estado do Amazonas.

O FACCI- Centro de Investigação em Arte e Cultura Afroameríndia - AM esteve presente e uniu forças para que cada vez mais a sociedade civil estimule, apoie e fortaleça estas iniciativas em Manaus, pois ainda existem pessoas que negam a presença do negro no Amazonas e precisamos nos reunir para falar e agir de forma a contribuir para a modificação das estruturas institucionais do estado para adequar o enfrentamento e a superação das desigualdades étnicas.

Participaram também: UNEGRO, FOPAAM, Fórum de Mulheres do Amazonas, Fórum de Juventude, Negra de Manaus, Fórum de Mulheres, Afro, Ameríndias e Caribenhas, Mariam (Movimento Ari-pórias Ativistas de Manaus), Coletivo Difusão, FUCABEAM e RECID.

Sobre a programação:

11/09

18:30 h – Mesa de Abertura com autoridades presentes.

19:00 h – Palestra Políticas Públicas de Juventude e combate ao Racismo: O Programa Juventude Viva. Palestrante:  Fernanda C. Papa-Coordenadora Geral de Relações Institucionais Secretaria Nacional de Juventude. Secretaria-Geral da Presidência da República.

12/09

09:00 h – Mesa Redonda : Memória e História dos povos afrodescendentes no Amazonas -Movimento Social e Academia no diálogo.

Palestrantes: Professor Claudemilson de Oliveira – Comunidade Sagrado Coração de Jesus do Lago de Serpa – Itacoatiara /AM.

Professor Dr. Júlio Cláudio da Silva – NEAB/UEA Campos Parintins.

 

11:00 h – Palestra : Políticas Públicas, Decreto 4887 e a atualidade das Comunidades e Territórios Quilombolas no Brasil e no Amazonas .

Palestrante: Sr. Alexandro Reis . Diretor do Departamento de Proteção ao Patrimônio Afro-Brasileiro da Fundação Cultural Palmares. A mesa teve mediação de Leonor Araújo, Subsecretária de Movimentos Sociais do Espírito Santo (BH).

 12:30 às 14:00 – almoço .

 14:15 h – Roda de Diálogo : Politicas Públicas de Promoção da Igualdade Racial e Combate ao Racismo no estado do Amazonas: ações do Executivo e dos espaços de Participação Social.

16:00 h – Palestra : Políticas Públicas de Promoção da Igualdade Racial e combate ao Racismo: A importância do Estatuto da Igualdade Racial, do Sistema Nacional de PIR e da institucionalização das Políticas de Ação Afirmativa. Palestrante:  Sr. Giovanni Harvey-Secretário Executivo da Secretaria de Politicas de Promoção da Igualdade Racial/PR. Em sequencia teve início a palestra “Políticas Públicas de Promoção da Igualdade Racial e combate ao Racismo: A importância do Estatuto da Igualdade Racial, do Sistema Nacional de PIR e da institucionalização das Políticas de Ação Afirmativa”, com o palestrante Sr. Giovanni Harvey, Secretário Executivo da Secretaria de Politicas de Promoção da Igualdade Racial (PR).

Para o encerramento do seminário foi lançada a Campanha  de criação do Projeto de Lei de iniciativa popular, FUNDO NACIONAL DE COMBATE AO RACISMO e performance do Grupo de Dança Afro Contemporânea Abi Omim.

Aos participantes do Seminário foi emitido um certificado com 20 horas complementares.

O Seminário fez parte do Até o Tucupi  – Circuito de artes integradas 2014 e teve como apoio e mobilização: UNEGRO, FOPAAM, Fórum de Mulheres do Amazonas, Fórum de Juventude, Negra de Manaus, Fórum de Mulheres, Afro, Ameríndias e Caribenhas, Mariam (Movimento Ari-pórias Ativistas de Manaus), Coletivo Difusão, FUCABEAM e RECID, UEA, DCE.
 
 
 
 
 

 
 
 
 
 
 

 



Para saber mais sobre o Instituto Ganga Zumba

CONTATO:
LUIZ FERNANDO COSTA (Presidente do Instituto Ganga Zumba)

Telefone: (92) 9212-3564 / 8435-2119
CRISTIANE FLORIZA (Cultura e Difusão do Instituto Ganga Zumba)

Telefone: (92) 9228- 9336
Para participar do Instituto Ganga Zumba, é só enviar uma mensagem um e.mail para: gangazumbaamazonas@gmail.com
Para saber mais sobre o Coletivo Difusão
MICHELLE ANDREWS (Coletivo Difusão)
Telefone: (92) 9266-6621
Confira a cobertura colaborativa completa: http://bit.ly/1p1Ojmz
 
 
 
 

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

IMPRESSÕES DE CLÉIA ALVES SOBRE O SEGUNDO INTERCÂMBIO CULTURAL MANAUS-MARSELHA/FRANÇA 2013.

Falar de mim, do que sou, das minhas raízes e não ser estrangeira no meu próprio país é o que me move e o que nos moveu, a mim e Francis Baiardi a sair de nosso lugar,da cidade de Manaus do Estado do Amazonas e Brasil para compartilhar nossas ideias, pensamentos pesquisas e criações artísticas do outro lado do Oceano Atlântico para estar em Marselha na França.


Dar continuidade ao intercâmbio cultural que a cada passo se concretiza para a Contem Dança Cia, FACCI e para a Cie Le Rêve de La Soie, se faz importante para que possamos  conhecer e entender culturas e modos de vida diferentes.

Ao realizar a palestra e a oficina com temática das danças de matrizes negras no Amazonas para os Marselhenses e participantes de outros países percebi que ainda ocorre uma visão romântica sobre o modo de vida dos brasileiros, apesar de encontrar pessoas que se interessam e procuram saber um pouco mais de nossa cultura, mas em sua maioria a visão ainda é restrita.

A visão sobre o racismo e a discriminação no Brasil é tido como algo inexistente, por saber que existe carnaval e futebol, somos conhecidos como um  povo muito alegre e hospitaleiro e portanto convivemos harmoniosamente sabendo lidar com a diversidade.

A palestra mostrou que existe o racismo e a discriminação e que é preciso retirar este “manto” que cobre e tenta camuflar esse fato e esta parte da nossa história de tragédias, descaso, preconceitos, injustiças e dor como diz Roberto Maringoni: “É uma chaga que o Brasil carrega até os dias de hoje”.

Isso não se pode deixar esquecer e como militante do movimento negro e educadora me sinto no papel de falar sobre esses assuntos aqui no Brasil e no exterior.

Mas também falei do legado e da importância que os negros nos deixaram e da beleza e do orgulho de se afirmar como negro no Brasil nos dias de hoje.

Francis Baiardi teve o papel de falar do índio de ontem e de hoje em seu espetáculo solo Dinahí.

Falar da importância da manutenção das lendas e mitos para a nossa cultura e de como o indígena vive e tenta manter-se nos dias de hoje não é tarefa fácil para nós artistas, pois requer cuidado e muito sensibilidade na obra artística, porém Francis Baiardi soube lindamente tratar deste assunto complexo.

O espetáculo Dinahí é um trabalho de dança muito cuidadoso que aborda questões sociais e culturais, e que trata também da nossa contemporaneidade de como vemos e lidamos com o indígena no Brasil, da afirmação da origem indígena no sangue e do legado desses povos para todos nós.

A viagem para Marselha me fez perceber que somos mais reconhecidas e valorizadas como amazonenses e brasileiras fora do Brasil. Temos conhecimentos, ideias e portas abertas para compartilhar, no entanto nossos pares aqui em Manaus não querem somar, ao contrário da estada em Marselha que todos queriam saber e trocar conhecimentos, isso realmente é uma tristeza, mas seguimos na luta! Como diz o amigo artista Marcos Tubarão.

Penso que nosso objetivo foi alcançado quando relembro das conversas com os artistas e amigos que conquistamos nesta viagem, quando falamos das questões do índio e do negro no Brasil e de como a arte tem o poder de comunicar de informar, fazer refletir, analisar, também tocar os corações e ainda mais profundamente a alma.

Só tenho a agradecer ao amigo e grande incentivador disso tudo Patrick Servius que se mostra um artista e uma pessoa muito sensível, que busca sempre fazer esta ponte no intercâmbio que procura motivar e sensibilizar aos outros seus pares para a busca do entendimento do outro.

Meus agradecimentos especiais para Patrick Servius, Véronique Larcher, Beth Rigaud, Patricia Guannel, Elsa Wolliaston, Kenjah, Juciara, Regina e Juruna.

Desejo vida longa a nosso Intercâmbio Cultural e que outros países venham participar deste também.
 
 
 
 

 

 
 

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

CONSCIÊNCIA NEGRA EM MANAUS E MARSELHA-FRANÇA.

        SAIU   NO JORNAL  A  CRÍTICA NO DIA 19  DE     
                          NOVEMBRO  DE 2013

SOBRE O INTERCÂMBIO CULTURAL MANAUS – MARSELHA-FRANÇA NO MÊS DA CONSCIÊNCIA NEGRA.


A Contem Dança Cia e FACCI-Centro de Investigação em Arte e Cultura Afroameríndia esteve na cidade de Marselha-França realizando o segundo intercâmbio cultural Manaus-Marselha/França, uma parceria com a Cie Le Rêve de La Soie, do dia 17 a 26 de novembro de 2013.
A Contem Dança Cia foi representada pela diretora, coreógrafa e intérprete-criadora Francis Baiardi onde ministrou uma oficina de dança contemporânea no Grenier du Corps, nos dias 19,20 e 21 e no dia 23 neste mesmo espaço apresentou o espetáculo solo “Dinahí” interpretado por Francis Baiardi com a colaboração de Cléia Alves. No dia 25 de novembro no Théâtre De Cuisine Francis Baiardi  apresentou o mesmo espetáculo com bate papo após a apresentação.
No dia 22 de novembro foi ministrada no Studio Décanis sob a coordenação e produção de Beth Rigaud e produção da Cie Le Rêve de La Soie-Marselha e Contem Dança Cia-Manaus, a palestra: Danças de Matrizes Negras no Amazonas: Trajetória em Movimento  às 18h30min e às 19h15min a oficina: Danças de Matrizes Negras no Amazonas-Brasil  com Cléia  Alves representando o FACCI-Centro de Investigação em Arte e Cultura Afroameríndia do Amazonas.
A palestra e oficina de matrizes negras faz parte da programação do FACCI  que propõem em seu calendário realizar eventos, encontros,  intercâmbios e seminários no  mês da Consciência Negra  que tem o dia 20 de novembro como o dia representativo da luta e morte de Zumbi dos Palmares no Brasil. Esta data foi estabelecida pelo projeto lei número 10.639, no dia 9 de janeiro de 2003. Foi escolhida a data de 20 de novembro, pois foi neste dia, no ano de 1695, que morreu Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares.
O FACCI foi contemplado com o Programa de Apoio às Artes-Proarte 2011 com a pesquisa  Danças Contemporâneas com Matrizes Afro-Brasileiras em Manaus - Amazonas (1988 a 2008) tendo a frente da pesquisa a artista, pesquisadora e professora Cléia Alves e em parceria com a Contem Dança Cia foi contemplado também o espetáculo de dança contemporânea Dinahí com temática indígena. Esta palestra e a  oficina fazem parte da contrapartida do prêmio Proarte-2011.
Sobre a metodologia da palestra e oficina:
A palestra complementou a oficina e vice-versa e as danças populares de matrizes negras escolhidas foram: o Boi-Bumbá, Gambá, Tambor de Crioula, Maracatu, samba de roda, frevo e capoeira.
Em Marselha no Studio Décanis, primeiro aconteceu a palestra que é a parte teórica, onde foi falado um pouco da história de como essas danças surgem no Brasil, depois como elas vieram para o Amazonas e como elas se encontram hoje, logo em seguida veio a parte prática com as danças abordadas.
O Centro de Investigação em parceria com a Contem Dança Cia vem realizando na cidade de Manaus,no interior do Amazonas e na França apresentações,residências artísticas, palestras e oficinas.
Sobre o FACCI-Centro de Investigação em Arte e Cultura Afroameríndia
Idealizado e coordenado pelas artistas, pesquisadoras e professoras Amanda  Pinto, Cléia Alves e Francis Baiardi o FACCI é um centro de investigação em arte e cultura que tem como objetivo discutir,criar, produzir e pesquisar assuntos amazônicos, com foco na cultura afroameríndia.Tem como metodologia a relação com outras linguagens artísticas, culminando em produções literárias, audiovisuais e artísticas.

 
 
Sobre a Contem Dança Cia
“Contem Dança Cia”, antes UM Companhia de Dança, criada em 2006, pela intérprete-criadora Francis Baiardi, premiada pela FUNARTE e SEC, desenvolve em sua pesquisa a compreensão do corpo que discute e escreve a arte do movimento, estimulando a reflexão acerca da dança e seus processos de criação, e como objetivo investigar a dança e as outras linguagens artísticas em relação à realidade sociocultural na atualidade. A Contem Dança a companhia busca expressar-se através da pesquisa do que seja a arte contemporânea, “falar” com a sua identidade própria e artística, trabalhando sob um olhar crítico, criativo e construtivo da arte do movimento da dança, promovendo, estimulando e trocando experiências artísticas dentro e fora da Cia. Atualmente trabalha com 10 (dez) profissionais entre eles intérpretes, professores, consultor artístico e produtor, e tem como parceria a Universidade do Estado do Amazonas-UEA.

 

segunda-feira, 22 de julho de 2013

FOTOS DE DINAHÍ EM PRESIDENTE FIGUEIREDO

O FACCI em parceria com a Contem Dança Cia apresentaram o espetáculo Dinahí em contrapartida do Prêmio Proarte 2011 no dia 19 de julho de 2013 às 19 horas  no Auditório do IFAM em Presidente Figueiredo-AM com entrada franca.



Confira mais em:
http://www.flickr.com/photos/alvescleia/sets/72157634749871876/

FOLDER DINAHÍ



CIAS DE DANÇA REALIZAM APRESENTAÇÕES NO INTERIOR DO AMAZONAS.


Companhias de dança manauenses realizam intercâmbio cultural

'Contem Dança Cia' e o 'FACCI - Centro de Investigação em Arte e Cultura', após apresentações em municípios partem para França

 
MANAUS - As companhias de arte 'Contem Dança Cia' e o 'FACCI - Centro de Investigação em Arte e Cultura' realizarão apresentações de dança contemporânea. Os espetáculos 'T(EU) Olhar' e 'Dinahí' serão apresentados em Presidente Figueiredo (município distante de Manaus cerca de 107 km), dias 19 e 20 de julho. A duas companhias foram contempladas com o Programa de Apoio às Artes (Proarte) em 2011.
Companhias levarão arte para interior e exterior. Foto: Rafael LinsCompanhias levarão arte para interior e exterior. Foto: Rafael Lins





O objetivo do intercâmbio cultural entre os dois municípios é promover a divulgação das atividades das companhias artísticas e reunir simpatizantes da cultura. Serão oferecidas também, oficinas de ballet clássico, jazz e dança contemporânea para os moradores de Presidente Figueiredo.
No dia 29 de julho, as companhias viajarão para Marselha, na França, onde farão residência artística, apresentações de dança, palestras e oficinas de capoeira e dança.
Espetáculos
Dirigidos pela diretora Francis Baiadi, 'T(EU) Olhar' retrata, em favor de um olhar mais sensível, a busca por entender, sentir, perceber e observar a relação do eu – corpo, em certas situações, oprimidos. Assim, a obra contribuirá para o crescimento artístico, social e cultural dos espectadores e artistas. Já “Dinahí”, é um espetáculo solo que possibilitará a construção e a reflexão sobre a identidade cultural dos povos indígenas. Utiliza como inspiração a Lenda da Mãe D’Água-Dinahí e é relacionado com a mulher atual em diferentes tempos e em diferentes lugares.
Sobre as companhias
Fundada pela artista e pesquisadora Francis Baiardi, a Contem Dança tem o objetivo de investigar a dança e expressar, através da arte contemporânea, a sua identidade artística, para promover então o estimulo e troca de experiências dentro e fora da companhia. O FACCI - Centro de Investigação em Arte e Cultura é uma idealização das pesquisadoras e artistas Amanda Pinto, Cléia Alves e Francis Baiardi, que juntas perceberam a necessidade de criar um centro de pesquisas que abordassem a cultura afro, ameríndia e afro-ameríndia, em Manaus. Concentra pesquisas de estudos do corpo, na arte em suas possibilidades estéticas e as relações sociais que ele pode discutir. Os processos de criação também são refletidos, a partir da dança contemporânea.

Disponível em:
http://www.portalamazonia.com/noticias/arte/20130717/companhias-danca-manauenses-realizam-intercambio-cultural/747.shtml

terça-feira, 18 de junho de 2013

PROJETO DINAHÍ


A FACCI apresenta o projeto do espetáculo de dança “Dinahí” para 2013.
 
Dinahí é um espetáculo que possibilitará a construção e a reflexão sobre a identitária cultural dos povos indígenas, utilizando como objeto de inspiração a Lenda da Mãe D’Água Dinahí, relacionando-a com a mulher atual, em diferentes tempos e em diferentes lugares, sempre variando conforme a sua necessidade, transitando entre os universos das tradições indígenas e contemporânea.
 
O espetáculo Dinahí, visa mostrar através da dança contemporânea o universo da cultura indígena, fazendo um paralelo com a mulher da sociedade moderna.
 
 
Sobre a lenda Dinahí
Mãe-D'água
A Mãe-d'água é a sereia das águas amazônicas. Dotada de indescritível beleza e canto maravilhoso, a Mãe-d'água encanta os pescadores que passam muito tempo sozinhos a navegar. Muitos deles não resistem ao seu delicioso canto e à sua beleza estonteante. Esses são levados pela visagem para morar com ela nas profundezas das águas onde desaparecem. A maioria nunca mais volta para suas famílias. A Mãe-d'água habita as águas doces. Rios e igarapés são os seus domínios. Por isso, quem sai para pescar em horas mortas pode incomodar a mãe d'água que facilmente se melindra e encanta o invasor castigando-o com uma febre alta que nenhum médico dará jeito. A cultura indígena trás algumas versões para a origem da lenda. Uma delas refere-se à história de uma índia chamada Dinahí, que impressionava a todos da tribo dos Manau por sua coragem. A índia era mais valente do que muitos homens da tribo. Isso começou a causar inveja entre os guerreiros da tribo, que passaram a persegui-la de todas as formas. Numa noite, dois irmãos de Dinahí tentaram matá-la durante o sono, mas não conseguiram porque a índia tinha a audição mais aguçada do que um felino. Dinahí acordou e para se defender acabou  matando os irmãos. Com medo da fúria de seu pai, o velho Kaúna, a índia fugiu. Kaúna saiu na noite a perseguir Dinahí que durante várias luas conseguiu escapar. Mas sozinha e cercada pelos guerreiros de seu pai acabou sendo capturada. Kaúna ordenou que a filha fosse jogada nas águas, exatamente no encontro dos rios Negro e Solimões. Nessa hora, centenas de peixes vieram em socorro da índia guerreira e sustentaram seu corpo trazendo-o até a superfície. Os raios do luar tocaram a face de Dinahí e a fizeram se tornar uma bela princesa, com cauda de peixe e de cabelos tão escuros quanto as águas do rio Negro. A índia guerreira se tornou a Mãe-d'água, representação da beleza e coragem da mulher da Amazônia.


Fotos: Cléia Alves