SAIU NO JORNAL A CRÍTICA NO DIA 19 DE
NOVEMBRO DE 2013
Dança,Música,Teatro,Vídeo,Educação e Pesquisas
quarta-feira, 27 de novembro de 2013
SOBRE O INTERCÂMBIO CULTURAL MANAUS – MARSELHA-FRANÇA NO MÊS DA CONSCIÊNCIA NEGRA.
A Contem Dança Cia e FACCI-Centro de Investigação em Arte e Cultura Afroameríndia
esteve na cidade de Marselha-França realizando o segundo intercâmbio cultural
Manaus-Marselha/França, uma parceria com a Cie Le Rêve de La Soie, do dia 17 a
26 de novembro de 2013.
A Contem Dança Cia foi representada pela diretora, coreógrafa e intérprete-criadora
Francis Baiardi onde ministrou uma oficina de dança contemporânea no Grenier
du Corps, nos dias 19,20 e 21 e no dia 23 neste mesmo espaço apresentou o
espetáculo solo “Dinahí” interpretado por Francis Baiardi com a colaboração de
Cléia Alves. No dia 25 de novembro no Théâtre De Cuisine Francis Baiardi apresentou o mesmo espetáculo com bate papo
após a apresentação.
No dia 22 de novembro foi ministrada no Studio Décanis sob a coordenação e produção de Beth Rigaud e produção da
Cie Le Rêve de La Soie-Marselha e Contem Dança Cia-Manaus, a palestra:
Danças de Matrizes Negras no Amazonas: Trajetória em Movimento às 18h30min e às 19h15min a oficina: Danças
de Matrizes Negras no Amazonas-Brasil
com Cléia Alves representando o
FACCI-Centro de Investigação em Arte e Cultura Afroameríndia do Amazonas.
A palestra e oficina de matrizes negras faz parte da programação do
FACCI que propõem em seu calendário
realizar eventos, encontros,
intercâmbios e seminários no mês
da Consciência Negra que tem o dia 20 de
novembro como o dia representativo da luta e morte de Zumbi dos Palmares no
Brasil. Esta data foi estabelecida pelo projeto lei número 10.639, no dia 9 de
janeiro de 2003. Foi escolhida a data de 20 de novembro, pois foi neste dia, no
ano de 1695, que morreu Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares.
O FACCI foi contemplado com o Programa de Apoio às Artes-Proarte 2011 com a pesquisa Danças Contemporâneas com Matrizes
Afro-Brasileiras em Manaus - Amazonas (1988 a 2008) tendo a frente da pesquisa
a artista, pesquisadora e professora Cléia Alves e em parceria com a Contem
Dança Cia foi contemplado também o espetáculo de dança contemporânea Dinahí com
temática indígena. Esta palestra e
a oficina fazem parte da contrapartida
do prêmio Proarte-2011.
Sobre a metodologia da palestra e oficina:
A palestra complementou a oficina e vice-versa
e as danças populares de matrizes negras escolhidas foram: o Boi-Bumbá, Gambá,
Tambor de Crioula, Maracatu, samba de roda, frevo e capoeira.
Em Marselha no Studio Décanis, primeiro aconteceu
a palestra que é a parte teórica, onde foi falado um pouco da história de como
essas danças surgem no Brasil, depois como elas vieram para o Amazonas e como
elas se encontram hoje, logo em seguida veio a parte prática com as danças
abordadas.
O Centro de Investigação em parceria com a Contem Dança Cia vem
realizando na cidade de Manaus,no interior do Amazonas e na França
apresentações,residências artísticas, palestras e oficinas.
Sobre o FACCI-Centro de Investigação em Arte e Cultura Afroameríndia
Idealizado e coordenado pelas artistas, pesquisadoras e professoras
Amanda Pinto, Cléia Alves e Francis
Baiardi o FACCI é um centro de investigação em arte e
cultura que tem como objetivo discutir,criar, produzir e pesquisar assuntos
amazônicos, com foco na cultura afroameríndia.Tem como metodologia a relação
com outras linguagens artísticas, culminando em produções literárias,
audiovisuais e artísticas.
Sobre a Contem Dança Cia
“Contem Dança Cia”, antes UM Companhia de Dança,
criada em 2006, pela intérprete-criadora Francis Baiardi, premiada pela FUNARTE
e SEC, desenvolve em sua pesquisa a compreensão do corpo que discute e escreve
a arte do movimento, estimulando a reflexão acerca da dança e seus processos de
criação, e como objetivo investigar a dança e as outras linguagens artísticas
em relação à realidade sociocultural na atualidade. A Contem Dança a companhia
busca expressar-se através da pesquisa do que seja a arte contemporânea,
“falar” com a sua identidade própria e artística, trabalhando sob um olhar
crítico, criativo e construtivo da arte do movimento da dança, promovendo,
estimulando e trocando experiências artísticas dentro e fora da Cia. Atualmente
trabalha com 10 (dez) profissionais entre eles intérpretes, professores,
consultor artístico e produtor, e tem como parceria a Universidade do Estado do
Amazonas-UEA.
sábado, 10 de agosto de 2013
quarta-feira, 24 de julho de 2013
segunda-feira, 22 de julho de 2013
FOTOS DE DINAHÍ EM PRESIDENTE FIGUEIREDO
O FACCI em parceria com a Contem Dança Cia apresentaram o espetáculo Dinahí em contrapartida do Prêmio Proarte 2011 no dia 19 de julho de 2013 às 19 horas no Auditório do IFAM em Presidente Figueiredo-AM com entrada franca.
Confira mais em:
http://www.flickr.com/photos/alvescleia/sets/72157634749871876/
Confira mais em:
http://www.flickr.com/photos/alvescleia/sets/72157634749871876/
CIAS DE DANÇA REALIZAM APRESENTAÇÕES NO INTERIOR DO AMAZONAS.
Companhias de dança manauenses realizam intercâmbio cultural
'Contem Dança Cia' e o 'FACCI - Centro de Investigação em Arte e Cultura', após apresentações em municípios partem para França
MANAUS - As companhias de arte 'Contem Dança Cia' e o 'FACCI - Centro de Investigação em Arte e Cultura' realizarão apresentações de dança contemporânea. Os espetáculos 'T(EU) Olhar' e 'Dinahí' serão apresentados em Presidente Figueiredo (município distante de Manaus cerca de 107 km), dias 19 e 20 de julho. A duas companhias foram contempladas com o Programa de Apoio às Artes (Proarte) em 2011.
O objetivo do intercâmbio cultural entre os dois municípios é promover a divulgação das atividades das companhias artísticas e reunir simpatizantes da cultura. Serão oferecidas também, oficinas de ballet clássico, jazz e dança contemporânea para os moradores de Presidente Figueiredo.
No dia 29 de julho, as companhias viajarão para Marselha, na França, onde farão residência artística, apresentações de dança, palestras e oficinas de capoeira e dança.
Espetáculos
Dirigidos pela diretora Francis Baiadi, 'T(EU) Olhar' retrata, em favor de um olhar mais sensível, a busca por entender, sentir, perceber e observar a relação do eu – corpo, em certas situações, oprimidos. Assim, a obra contribuirá para o crescimento artístico, social e cultural dos espectadores e artistas. Já “Dinahí”, é um espetáculo solo que possibilitará a construção e a reflexão sobre a identidade cultural dos povos indígenas. Utiliza como inspiração a Lenda da Mãe D’Água-Dinahí e é relacionado com a mulher atual em diferentes tempos e em diferentes lugares.
Sobre as companhias
Fundada pela artista e pesquisadora Francis Baiardi, a Contem Dança tem o objetivo de investigar a dança e expressar, através da arte contemporânea, a sua identidade artística, para promover então o estimulo e troca de experiências dentro e fora da companhia. O FACCI - Centro de Investigação em Arte e Cultura é uma idealização das pesquisadoras e artistas Amanda Pinto, Cléia Alves e Francis Baiardi, que juntas perceberam a necessidade de criar um centro de pesquisas que abordassem a cultura afro, ameríndia e afro-ameríndia, em Manaus. Concentra pesquisas de estudos do corpo, na arte em suas possibilidades estéticas e as relações sociais que ele pode discutir. Os processos de criação também são refletidos, a partir da dança contemporânea.
Disponível em:
http://www.portalamazonia.com/noticias/arte/20130717/companhias-danca-manauenses-realizam-intercambio-cultural/747.shtml
terça-feira, 18 de junho de 2013
PROJETO DINAHÍ
A FACCI apresenta o projeto do espetáculo de
dança “Dinahí” para 2013.
Dinahí é um espetáculo que
possibilitará a construção e a reflexão sobre a identitária cultural dos povos
indígenas, utilizando como objeto de inspiração a Lenda da Mãe D’Água Dinahí, relacionando-a com a mulher
atual, em diferentes tempos e em
diferentes lugares, sempre variando conforme a sua necessidade, transitando entre os
universos das tradições indígenas e contemporânea.
O espetáculo Dinahí,
visa mostrar através da dança contemporânea o universo da cultura indígena,
fazendo um paralelo com a mulher da sociedade moderna.
Sobre a lenda Dinahí
Mãe-D'água
A Mãe-d'água é a sereia das águas
amazônicas. Dotada de indescritível beleza e canto maravilhoso, a Mãe-d'água
encanta os pescadores que passam muito tempo sozinhos a navegar. Muitos deles
não resistem ao seu delicioso canto e à sua beleza estonteante. Esses são
levados pela visagem para morar com ela nas profundezas das águas onde
desaparecem. A maioria nunca mais volta para suas famílias. A Mãe-d'água habita
as águas doces. Rios e igarapés são os seus domínios. Por isso, quem sai para
pescar em horas mortas pode incomodar a mãe d'água que facilmente se melindra e
encanta o invasor castigando-o com uma febre alta que nenhum médico dará jeito.
A cultura indígena trás algumas versões para a origem da lenda. Uma delas
refere-se à história de uma índia chamada Dinahí, que impressionava a todos da
tribo dos Manau por sua coragem. A índia era mais valente do que muitos homens
da tribo. Isso começou a causar inveja entre os guerreiros da tribo, que
passaram a persegui-la de todas as formas. Numa noite, dois irmãos de Dinahí
tentaram matá-la durante o sono, mas não conseguiram porque a índia tinha a
audição mais aguçada do que um felino. Dinahí acordou e para se defender
acabou matando os irmãos. Com medo da
fúria de seu pai, o velho Kaúna, a índia fugiu. Kaúna saiu na noite a perseguir
Dinahí que durante várias luas conseguiu escapar. Mas sozinha e cercada pelos
guerreiros de seu pai acabou sendo capturada. Kaúna ordenou que a filha fosse
jogada nas águas, exatamente no encontro dos rios Negro e Solimões. Nessa hora,
centenas de peixes vieram em socorro da índia guerreira e sustentaram seu corpo
trazendo-o até a superfície. Os raios do luar tocaram a face de Dinahí e a
fizeram se tornar uma bela princesa, com cauda de peixe e de cabelos tão
escuros quanto as águas do rio Negro. A índia guerreira se tornou a Mãe-d'água,
representação da beleza e coragem da mulher da Amazônia.
Fotos: Cléia Alves
Fotos: Cléia Alves
quinta-feira, 9 de maio de 2013
A ARTE E A AMAZÔNIA
O Amazonas é
palco da grande e singular expressão natural do planeta: a selva e a vida
indígena. Neste cenário, apresentam-se as lendas amazônicas, as quais são a
poesia, a representação, a experiência mais vibrante e viva que nossa região
poderia ter. Há quem diga que lendas são estórias frutos da imaginação das
pessoas que as criaram, de cunho popular passadas via oral de geração em
geração, ou seja, que não existem de fato. E o que é existir? Será que só
aquilo que é real? E o que é real? Real, segundo alguns estudiosos, como
Humberto Maturana (neurobiólogo) é tudo aquilo que existe para nós, nossa noção
de realidade não distingue entre o que é somente uma experiência e o real! E se
é experiência na vida, no imaginário desses povos, então as lendas são reais. E
a realidade, a cultura indígena é a riqueza dessa terra. O que será a lenda do
Boto Rosa (Vermelho) se não o homem que se aproxima das “ninfetas” para delas
se aproveitar carinhosamente? Quem é aquela que sonha em ser alguém
“sobrenatural” e faz tudo para alcançar tal sonho se não a metáfora da
Vitória-Régia? E aquele que disputa seus perseguidores, deixando o rastro dos
pés para a direção inversa? Que mulher é essa guerreira, sedutora, inteligente,
perspicaz, frágil e serena se não nós nesse mundo simbolizadas por Dinahí?
Essas lendas não são somente estórias. Elas são o reflexo e a maior expressão
da nossa vivência (vida amazônica). Expressão essa que chamamos de arte, mesmo
que não seja intencional, mas perpassa pelo mesmo processo metafórico/linguístico.
Sendo uma
experiência metafórica/linguística somos nós que a vivenciamos. O corpo está
presente e se apropria da linguagem da dança para viver essas estórias
lendárias concomitantemente. Digo concomitantemente, pois nos moldes do trabalho
artístico da FACCI, não há uma representação da lenda, mas uma expressão que
vive junto com tal realidade, que transpõe para a vida do artista tal estória.
Sendo esta estória realidade e transposta à vida, mesmo do não indígena, não
nos colocamos no campo da representação, mas da expressão da vida (do
dia-a-dia) amazônico.
Mestre em Dança pela Universidade Federal da Bahia-UFBA
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