A FACCI apresenta o projeto do espetáculo de
dança “Dinahí” para 2013.
Dinahí é um espetáculo que
possibilitará a construção e a reflexão sobre a identitária cultural dos povos
indígenas, utilizando como objeto de inspiração a Lenda da Mãe D’Água Dinahí, relacionando-a com a mulher
atual, em diferentes tempos e em
diferentes lugares, sempre variando conforme a sua necessidade, transitando entre os
universos das tradições indígenas e contemporânea.
O espetáculo Dinahí,
visa mostrar através da dança contemporânea o universo da cultura indígena,
fazendo um paralelo com a mulher da sociedade moderna.
Sobre a lenda Dinahí
Mãe-D'água
A Mãe-d'água é a sereia das águas
amazônicas. Dotada de indescritível beleza e canto maravilhoso, a Mãe-d'água
encanta os pescadores que passam muito tempo sozinhos a navegar. Muitos deles
não resistem ao seu delicioso canto e à sua beleza estonteante. Esses são
levados pela visagem para morar com ela nas profundezas das águas onde
desaparecem. A maioria nunca mais volta para suas famílias. A Mãe-d'água habita
as águas doces. Rios e igarapés são os seus domínios. Por isso, quem sai para
pescar em horas mortas pode incomodar a mãe d'água que facilmente se melindra e
encanta o invasor castigando-o com uma febre alta que nenhum médico dará jeito.
A cultura indígena trás algumas versões para a origem da lenda. Uma delas
refere-se à história de uma índia chamada Dinahí, que impressionava a todos da
tribo dos Manau por sua coragem. A índia era mais valente do que muitos homens
da tribo. Isso começou a causar inveja entre os guerreiros da tribo, que
passaram a persegui-la de todas as formas. Numa noite, dois irmãos de Dinahí
tentaram matá-la durante o sono, mas não conseguiram porque a índia tinha a
audição mais aguçada do que um felino. Dinahí acordou e para se defender
acabou matando os irmãos. Com medo da
fúria de seu pai, o velho Kaúna, a índia fugiu. Kaúna saiu na noite a perseguir
Dinahí que durante várias luas conseguiu escapar. Mas sozinha e cercada pelos
guerreiros de seu pai acabou sendo capturada. Kaúna ordenou que a filha fosse
jogada nas águas, exatamente no encontro dos rios Negro e Solimões. Nessa hora,
centenas de peixes vieram em socorro da índia guerreira e sustentaram seu corpo
trazendo-o até a superfície. Os raios do luar tocaram a face de Dinahí e a
fizeram se tornar uma bela princesa, com cauda de peixe e de cabelos tão
escuros quanto as águas do rio Negro. A índia guerreira se tornou a Mãe-d'água,
representação da beleza e coragem da mulher da Amazônia.
Fotos: Cléia Alves
Fotos: Cléia Alves